A corrida global pela adoção de criptomoedas

A corrida global pela adoção de criptomoedas

O Brasil atingiu um novo marco em 2024, com as importações de criptomoedas disparando 60,7% em relação ao ano passado, totalizando US$ 12,9 bilhões em setembro. As stablecoins são a força motriz por trás do pico de criptomoedas no Brasil, agora respondendo por quase 70% de todas as transações de criptomoedas lá.

As stablecoins oferecem uma opção estável e eficiente para negociações internacionais em comparação com ativos mais voláteis como o bitcoin. Essa crescente demanda pode ser atribuída à inflação e à desvalorização da moeda local, que levam os investidores a buscarem ativos mais estáveis. Respondendo a esse boom, o banco central do Brasil planeja regulamentar as stablecoins até 2025, abordando riscos como evasão fiscal e atividades ilegais.

Apesar de uma ligeira queda nas importações mensais de setembro, a tendência posiciona o Brasil como o décimo maior mercado de criptomoedas globalmente, sinalizando um crescimento sustentado.

Aceitação das criptomoedas

O aumento acentuado na atividade de stablecoin marca uma virada em direção à estabilidade dos ativos digitais no Brasil, revelando a preferência dos investidores em um mercado turbulento. Para investidores e empresas em cripto, o Brasil é um estudo de caso valioso, pois desenvolve seu cenário regulatório, potencialmente estimulando mudanças semelhantes na América do Sul.

Os níveis inovadores de importação de cripto do Brasil destacam uma tendência regional em direção aos pagamentos digitais, em linha com a adoção global de moedas digitais. A variedade de criptomoedas disponíveis no mercado, semelhante a diferentes tipos de slots em um cassino, oferece aos investidores diversas opções para diversificar seus portfólios.

O aumento no uso de stablecoin pode ter efeitos econômicos generalizados, remodelando as normas financeiras e estimulando esforços regulatórios internacionais para equilibrar a segurança econômica com a inovação financeira.

Reforma tributária e as criptomoedas

Em um comunicado oficial da Receita Federal (RF), o órgão regulador disse que mudaria a forma como tributa os lucros de negociação de criptomoedas no “primeiro trimestre de 2025”, concluindo um período de consulta pública que começou em novembro de 2024 e durou até 20 de dezembro de 2024.

O regulador financeiro brasileiro agradeceu a todos que enviaram sugestões e acrescentou que agora analisaria 24 propostas enquanto busca reformar o sistema tributário. O órgão lançou as diretrizes tributárias pela primeira vez há seis anos na forma de suas diretrizes da Instrução Regulatória RFB nº 1888/2019.

O esforço de modernização segue uma consulta pública finalizada em dezembro, com o objetivo de revisar a RFB nº 1.888/2019. As novas diretrizes, conhecidas como Declaração de Ativos Cripto (DeCripto), foram elaboradas para aumentar a transparência do mercado e abordar lacunas regulatórias. Ela exigirá relatórios detalhados de transações de criptomoedas, incluindo compras, vendas, transferências e custódia.

A estrutura atualizada também introduz novas medidas para abordar a auto custódia, classificando ativos digitais armazenados em carteiras frias como mantidos no exterior. Essa medida garante que lucros, dividendos e receitas de aplicações financeiras estrangeiras estejam sujeitos à tributação de acordo com as leis existentes no Brasil.

A implementação da regulamentação se desenvolverá em duas etapas. Inicialmente, o governo incentivará a conformidade voluntária, dando aos contribuintes a oportunidade de alterar suas declarações sem penalidades. Na segunda fase, medidas coercitivas terão como alvo a não conformidade, incluindo multas e possíveis sanções.

A reformulação decorre de ampla colaboração entre reguladores, especialistas do setor e participantes do mercado. Eventos como a conferência “Cripto Conforme” serviram como fóruns importantes para discutir as necessidades em evolução do ecossistema de criptomoedas do Brasil. Essa nova legislação cria um ambiente mais seguro e transparente também para as plataformas de apostas confiáveis como a Stake, que aceita apostas em bitcoin, ethereum e outras criptomoedas.

Essas mudanças se alinham ao plano de supervisão mais amplo do governo, que também se concentra em bolsas estrangeiras que operam no Brasil. Ao equilibrar a inovação de mercado com uma supervisão rigorosa, o governo visa criar um ambiente mais seguro e transparente para as partes interessadas.

A não conformidade com os relatórios de ativos de criptomoedas já é uma violação legal no Brasil. Com as regulamentações atualizadas, as autoridades esperam conter a evasão fiscal e solidificar a posição do país como um player responsável no mercado global de criptomoedas.

O Brasil solidificou seu status como líder global em criptomoedas, com 26 milhões de cidadãos — 12% da população — possuindo ativos digitais. Isso coloca o país em sexto lugar no mundo na adoção de criptomoedas, destacando seu crescente impacto no setor.

No mundo

Apesar da adoção de criptomoedas ser principalmente uma tendência não ocidental, o número de usuários de criptomoedas continua a aumentar globalmente. A Statista Market Forecast estima que, até 2025, a base global de usuários de criptomoedas atingirá 861 milhões, ante 855 milhões em 2024.

A Índia sozinha contará com 107,3 ​​milhões de usuários, perfazendo cerca de 15% do total mundial. A Europa, liderada pela Suíça, Holanda, Bélgica, Polônia e Espanha, hospedará coletivamente cerca de 218 milhões de usuários de criptomoedas, enquanto os Estados Unidos verão 97 milhões de usuários até o final do ano.

A adoção global de criptomoedas revela um cenário interessante. Enquanto os Estados Unidos dominam o mercado em termos de volume de negociação, países como Argentina, Brasil e Índia lideram em termos de porcentagem da população que possui criptomoedas. Com uma taxa de adoção de 30% em 2024, a Argentina se destaca como um dos principais mercados para criptomoedas, superando países desenvolvidos como os Estados Unidos e os da Europa.

O país lutou contra a inflação e a instabilidade econômica, com muitos argentinos recorrendo às moedas digitais para proteger suas economias. Diante das altas taxas de inflação e das restrições cambiais, os argentinos encontraram nas criptomoedas uma forma de proteger seus investimentos e preservar o poder de compra. A facilidade de acesso proporcionada por startups e a afinidade da população mais jovem com a tecnologia contribuíram para a popularização dessas moedas digitais.

A gamificação das finanças, com elementos como a possibilidade de grandes ganhos rápidos, similar à experiência de um jogo de slot como Sweet Bonanza, atrai cada vez mais jovens para o mercado de criptomoedas.

A Argentina se destaca como líder na América Latina em termos de adoção de criptomoedas, com 30% da população reportando o uso dessas moedas digitais em 2024, segundo pesquisa da Statista Consumer Insights. O Brasil, apesar de apresentar uma ligeira queda em relação ao ano anterior, ainda ocupa a segunda posição, com 24% de seus habitantes utilizando criptomoedas.

Ativo de reserva estratégica

Em 2025, o bitcoin não é mais apenas um investimento de nicho, mas um ativo geopolítico. Governos e bancos centrais ao redor do mundo, de Washington a Zurique, estão envolvidos em discussões sobre seu papel nas reservas nacionais. O bitcoin está emergindo como um desafiante para ativos de reserva tradicionais como ouro e dólar americano, com o potencial de remodelar a ordem monetária global.

Sob o governo Trump, a conversa em torno do bitcoin mudou. Antes cético, o presidente eleito Donald Trump expressou apoio ao bitcoin como um ativo estratégico, delineando planos para a criação de uma reserva de bitcoin nos EUA para aumentar a estabilidade econômica.

O governo sugeriu que manter bitcoin poderia proteger contra a inflação e o enfraquecimento do dólar. A proposta foi debatida no Congresso, com apoiadores como a senadora Cynthia Lummis argumentando que o suprimento finito de bitcoin o torna uma adição ideal às reservas nacionais. Os céticos permanecem, mas o ímpeto é inegável.

A Suíça também está considerando um movimento semelhante. Conhecida por sua neutralidade e expertise financeira, o Banco Nacional Suíço está discutindo sobre adicionar bitcoin às suas reservas junto com ouro. 

Um referendo público pode em breve tornar a Suíça a primeira nação a oficialmente manter bitcoin como um ativo de reserva. Este movimento se alinha com o ethos suíço de inovação e independência financeira e pode estabelecer um precedente para outras nações.

À medida que um país adota o bitcoin, outros podem se sentir compelidos a segui-lo para evitar ficar para trás. O medo de ficar de fora não é apenas para investidores de varejo, é uma força poderosa entre governos. Neste jogo de alto risco, os primeiros a adotar podem ganhar uma vantagem estratégica, solidificando suas posições em um sistema financeiro global em transformação.

O debate sobre reserva estratégica reflete a corrida armamentista nuclear do século XX tanto em seu potencial destrutivo quanto em sua natureza competitiva. Países que não agirem correm o risco de serem marginalizados, pois o bitcoin se torna arraigado no sistema financeiro.

A história já mostrou. Nações que reconheceram o valor do ouro cedo consolidaram suas posições nas finanças globais. Mais tarde, o petróleo se tornou o ativo crítico que moldou a geopolítica. O Bitcoin, com sua escassez digital e liquidez global, pode ser o próximo.

Mudança global

À medida que a importância do bitcoin cresce, discussões sobre seu papel nas reservas nacionais estão surgindo além dos Estados Unidos e da Suíça. Países como Alemanha, Hong Kong, Rússia, Brasil e Polônia estão tomando medidas para explorar o bitcoin como um ativo estratégico, cada um motivado por motivações econômicas e políticas únicas.

Na Alemanha, vozes influentes como o ex-ministro das Finanças Christian Lindner sugeriram que o Banco Central Europeu e o Bundesbank considerem o bitcoin para reduzir a dependência do dólar americano.

O legislador de Hong Kong Wu Jiezhuang defendeu a integração do bitcoin nas reservas financeiras da cidade, visando aumentar a resiliência e a estabilidade econômica. Wu disse que incorporar o bitcoin às reservas nacionais não é uma ideia nova, apontando que alguns estados dos EUA e nações menores já diversificaram seus ativos com bitcoin.

De acordo com o Ministro das Finanças da Rússia Anton Siluanov, o país começou a usar bitcoin e outras moedas digitais para transações internacionais como parte de sua estratégia para contornar as sanções ocidentais e reduzir a dependência do dólar americano. 

Este movimento mostra o esforço da Rússia para diversificar suas estratégias financeiras e recuperar a autonomia econômica diante das pressões financeiras globais. As empresas russas começaram a utilizar bitcoin internamente para comércio exterior, e o Presidente Vladimir Putin expressou apoio às moedas digitais como alternativas ao sistema tradicional baseado em dólar.

O Brasil introduziu a reserva estratégica soberana de bitcoin, também conhecida como RESBit, que visa alocar algumas de suas reservas internacionais para bitcoin, e pretende se posicionar como líder em inovação financeira, diversificando suas reservas nacionais e melhorando sua independência econômica.

A Polônia também está considerando estabelecer uma reserva estratégica de bitcoin para diversificar seus ativos financeiros e se posicionar como líder em finanças digitais. O candidato presidencial Sławomir Mentzen propôs a criação de uma reserva para transformar o país em um centro com regulamentações favoráveis, impostos baixos e engajamento favorável de bancos e reguladores.

Caminhos alternativos

O Bitcoin é mais do que um ativo econômico, ele simboliza liberdade e descentralização. Sua adoção por nações demonstra um comprometimento com inovação e independência, desafiando até regimes autoritários a abraçar seus princípios.

À medida que os bancos centrais enfrentam pressões crescentes, da inflação às crises de dívida, o apelo do bitcoin como um ativo de reserva continua a aumentar. Enquanto o Banco de Compensações Internacionais (BIS) estabeleceu limites para a exposição à criptomoeda, a demanda por reservas descentralizadas continua.

A administração Trump, a Suíça, o Brasil e outros que exploram reservas de bitcoin estão criando uma nova estrutura financeira. Para governos hesitantes, a mensagem é clara: adapte-se ou corra o risco de ficar para trás em um mundo onde o bitcoin define as regras.

Esses desenvolvimentos mostram a necessidade de as nações explorarem caminhos alternativos para a independência econômica, afastando-se de ferramentas financeiras complexas e controversas. 

Os estados-nação agora veem o bitcoin como uma forma de aumentar a soberania, proteger-se contra a inflação e sinalizar progresso. Em 2025, a questão não é mais se o bitcoin fará parte das reservas nacionais ou moldará a geopolítica, mas o quanto ele desempenhará um papel central nas futuras estratégias econômicas.